Elevação do valor máximo dos imóveis para até R$ 275 mil corrige defasagem dos custos, mantém o poder de compra das famílias e estimula novas teses no mercado de crédito e desenvolvimento imobiliário
O recente reajuste do teto do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que eleva o valor máximo dos imóveis nas faixas mais baixas para até R$275 mil, representa um marco importante para o mercado habitacional brasileiro. A medida, anunciada pelo governo federal, busca acompanhar o aumento dos custos de construção e assegurar que famílias de baixa e média renda continuem tendo acesso ao crédito imobiliário subsidiado, evitando o desenquadramento de milhares de famílias e preservando o poder de compra da população.
De acordo com o Ministério das Cidades, o ajuste nos limites de enquadramento evita o desenquadramento de milhares de famílias que, diante da inflação dos insumos e do encarecimento dos terrenos, vinham encontrando dificuldade para se manter dentro das regras do programa. Essa atualização contribui para a continuidade de um ciclo virtuoso de produção e aquisição de moradias, estimulando a geração de emprego e renda e reforçando o papel do programa como vetor de inclusão social.
Sob a ótica de mercado, o impacto é igualmente positivo. Segundo relatório do Itaú BBA, o aumento do teto tende a destravar lançamentos e aprovações em regiões onde os custos já não cabiam nos parâmetros anteriores — especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste, onde o preço do metro quadrado subiu acima da média nacional. A medida também tende a estimular a competição saudável entre incorporadoras e melhorar o mix de produtos ofertados dentro do MCMV, impulsionando o volume de repasses. O movimento traz benefícios para empresas do segmento, como MRV, Tenda e Cury, e para todo o ecossistema produtivo.
Para o mercado de investimentos, o movimento abre novas frentes de atuação e torna o segmento de habitação popular ainda mais estratégico. Projetos que antes estavam no limite da viabilidade voltam a se enquadrar dentro dos parâmetros de financiamento, especialmente quando associados a modelos de contratação com preço máximo garantido (PMG), que protegem o capital investido contra oscilações inflacionárias. Além da redução de risco operacional, o aumento do tíquete médio melhora o retorno potencial e contribui para o encurtamento do ciclo de capital, tornando o ambiente mais atrativo para investidores institucionais.
“O reajuste reforça o papel do Minha Casa Minha Vida como um dos principais vetores de política pública e de investimento do país. Num cenário de juros ainda elevados, o programa se consolida como um canal essencial de fomento à construção civil, equilibrando impacto social e retorno econômico”, avalia Pedro Fernandes, CEO da BRM Asset.
Para Paulo Fernandes, COO da BRM Asset, o reajuste também traz reflexos positivos para a eficiência operacional e para a previsibilidade dos projetos. “A atualização do teto permite estruturar empreendimentos com margens mais equilibradas e cronogramas mais realistas, o que reduz riscos e amplia a atratividade do setor. Essa previsibilidade é fundamental para investidores e para o avanço sustentável do mercado de habitação popular”, afirma.
Na BRM Asset, o movimento é visto como uma oportunidade de ampliar a originação de projetos elegíveis e fortalecer o portfólio de investimentos com segurança, previsibilidade e propósito, reforçando o compromisso da gestora em contribuir para o desenvolvimento habitacional sustentável do Brasil.